quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quem é o mestre na sociedade da infoeducomunicação?


      “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Paulo Freire- Pedagogia do Oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra. 1981, p.79). 

         Em uma sociedade midiática, como a atual, o educador é na re
alidade um coautor de conhecimentos juntamente com seus alunos, reelaborando conceitos através do confronto de informações obtidas por meio de diversos recursos tais como computadores, celulares, ou mesmo pela tv, radio e revistas. Devido às comodidades e o acesso rápido as informações prontas, a internet virou o principal alvo de pesquisa de estudantes de todo o mundo. No entanto, até que ponto essa ferramenta influência positivamente nossos estudantes brasileiros? O educador deve se fazer presente, levando os alunos a questionarem o que parecia estar pronto e acabado.
     
  A mudança principal esta na forma de apreender o conhecimento. Nas gerações anteriores, a família e a escola eram os responsáveis pela educação, porem nos dias atuais, com a invasão das mídias, ocorre uma ruptura e essas passam a ter importante papel na educação de jovens e adultos. Com dinamismo e velocidade, as informações passam a ser dispostas a favor de todos transformando o professor em guia no processo de aprendizagem. “O professor e muito importante na vida dos alunos. Sinto segurança, pois quando não sei pesquisar na internet ele sempre me ajuda”, disse Dafine Vidal Bernardo , aluna do 7 ano na Escola Municipal Orlando Vilas Boas.
     
  Formada em Pedagogia, com Pós em Gestão Escolar pela UERJ-RIO, a Professora e Mae, Suellen Gorender, Coordenadora do “curso de aperfeiçoamento e extensão na educação de jovens e adultos na diversidade” para o NUEC em parceria com a UFF,  acredita numa educação por formação colando para o professor a responsabilidade maior de formar cidadãos. Segundo a pedagoga, este curso cria uma possibilidade de capacitação para professores da rede municipal cujo formato semipresencial acaba sendo o fator principal aliando tecnologia e informação a favor da educação.  Sua opinião sobre o papel da família ressalta as mudanças:  “A família tem um papel fundamental de incentivar o aprendizado, acompanhar todo o processo através de participação no cotidiano escolar, nos deveres dos alunos e principalmente assumindo uma postura de parceria com a escola através de uma interação saudável.”  No que se refere a adapcao do educador aos novos recursos ela continua: “Alunos do ensino fundamental costumam ser mais agitados e qualquer proposta de interação já produz uma resposta imediata. A Sala de informática representa recreação e assim sendo, o educador poderá usufruir a seu favor desse favoritismo através de uso das ferramentas para o aprendizado de conteúdos didáticos”.

         Orientadora escolar da rede municipal de Caxias e de São Gonçalo, com mais de 20 anos de docência escolar, a pedagoga Maria Piedade Sabino, se diz totalmente favorável `as praticas de aperfeiçoamento para todos os sujeitos que atuam no meio escolar com as novas tecnologias. Para ela “ A internet e as ferramentas tecnológicas em geral são na verdade instrumentos de excelência para as novas gerações. Observamos uma mudança significativa no comportamento dos alunos no espaço escolar a partir dos anos 90.  Jovens mudam sua forma de pesquisar e de apreender o conhecimento. Sendo assim, o educador deve utilizar esses recursos para criar mecanismos que estimule a criatividade do aluno.” Maria Piedade conclui: “Apesar dos diversos e atraentes meios, os mestres ainda detém a maior responsabilidade de educar pois a escola é portadora de um processo sistematizador de conhecimento. Porem depende da vontade e da capacidade do educador, de acompanhar o ritmo das novas gerações buscando sempre propor a interatividade de forma construtiva e não alienada.

            Em 7 de fevereiro deste ano, o Campus Party em SP, foi palco de um importante debate sobre projetos de inclusão digital em comunidades carentes pelo mundo. Sugata Mitra, indiano, especialista em tecnologia educacional, expos: “..Estudantes vêem a educação dividindo conteúdos entre interessantes e não interessantes, relevantes e irrelevantes, dividindo-os em compartimentos separados, esse é um dos grandes problemas educacionais que deve ser contornado. Sim, os professores podem ser substituídos por uma máquina. O futuro da educação está na auto-educação. O papel do professor do futuro seria o de apresentar questões que instigam a curiosidade das crianças...”
         
Nos dias de vasta informação, o aprendizado esta em todo lugar seja pela tv, pela internet, pelo radio, ou ate mesmo pelo celular. Rompemos com a tradição e caímos na era da comunicação global pela qual todos somos capazes de confrontar e compartilhar conceitos, porém sem jamais  abrir mão  dos mestres que nos apontam a trilha da canção.

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