quarta-feira, 17 de abril de 2013

Banda MILHOUSE



Trio Carioca que segue fazendo música desde 2006, conquistando seu espaço com muita competência e seriedade na cena underground, priorizando sempre as composições próprias




Acaba de sair o 1º CD da banda, ''Teocídio''. Contendo 10 faixas inéditas reunindo todas as fases da banda e investindo na mistura experimental dos anos 70 com o rock alternativo dos anos 90.




Acompanho o trabalho da Milhouse desde o nascimento e com propriedade de causa, posso falar sobre a evolução da banda.
O Álbum Teocídio é um absurdo!! Não no sentido ruim da palavra, muito pelo contrário. Desde que ouvi pela primeira vez, não consegui parar de ouvir quase que diariamente. Fiquei muito satisfeita com a produção e com o resultado final do trabalho, deixando claro que o Milhouse não impõe limites em sua sonoridade.
O que me chama mais atenção no álbum é a fuga da linha da bateria, que sai do habitual em que observamos por aí hoje em dia. Riffs destruidores, vocais sem firulas e exageros e toques experimentais na medida certa fugindo dos estereótipos, talvez devido às influências que cada um dos integrantes trouxe para a banda, conseguindo assim fazer uma ótima mistura.
Ouçam o álbum e entenderão do que estou falando!




Nesta entrevista exclusiva, a banda comenta sobre a sonoridade, divulgação do trabalho e muito mais!


● Como surgiu a Milhouse?

Surgimos no colégio, no segundo grau.
Despertamos em meio a todo ócio de se viver no RJ e não saber o que fazer com a sua vida. Por isso montamos a banda.
Só o Alexandre ainda faz parte da formação original, a galera que deu origem a banda acabou tomando outros rumos, mas nossa essência é essa, com o tempo o Thiago e o Diogo entraram com o a mesma primícia e ajudaram a construir o que hoje podemos chamar de MILHOUSE.


● E o nome da banda? Tem alguma relação com o personagem da série Os Simpsons?

Sim, a principio teve relação com o “Van houten”.

Nós fomos talvez a primeira geração que cresceu vendo Os Simpsons, tínhamos em média a mesma idade do que o desenho, e nós, nos identificávamos com a liberdade (criação) e os ideais  aplicados em uma forma artística (o desenho). O desenho era a única manifestação artística que nos acompanhou desde criança que sempre despertou o nosso interesse, mas quase sempre sem conteúdo que de fato nos acrescenta algo. Sabíamos que nossas primícias eram parecidas mas não sabíamos expor isso de uma forma criativa, por isso usamos MILHOUSE.
E também éramos jovens e não sabíamos porque ter um nome, então Milhouse passou a representar pelo menos para nós um propósito, criar uma identidade que conseguisse se separar do personagem dos Simpsons. Isso seria algo a ser superarado. Milhouse para nós significa conhecer a nós mesmos, não somente um nome que nos representa.


● Quando vocês começaram a tocar, a ideia inicial era realmente fazer com que a música se tornasse algo sério e definitivo ou era algo por diversão?

Então, acho que nunca vamos saber, mas na epóca só  lembramos de que tocar era muito bom e nos aliviava e nos completava. A prudência veio com o tempo, e logo depois o entendimento de que teríamos que nos organizar se quiséssemos continuar fazendo música com o passar dos anos.



● Como funciona a formação da banda?

Acho que de forma bem natural. Alexandre toca guitarra e Grita,
Diogo toca baixo e grita e o Thiago espanca a bateria e grita. rs


● A Milhouse passou por algumas mudanças de integrantes ao longo desses anos. É complicado lidar com isso ou tomaram como motivação de continuar?

Achamos natural, não sabemos o que queremos para nossas vidas durante um bom tempo, é normal as pessoas repensarem suas escolhas. Com o tempo isso nos tornou melhores como um todo. Cada um acrescenta o que pode por um determinado tempo. Nossa pequena historia nos prova isso.


● Quem é o letrista da banda? Sobre o que fala suas letras?

Geralmente é o Alexandre.
Acho que começou como um  “o que eu preciso dizer” e se transformou em “porque eu disse isso?” Não vejo melhor forma de nos explicar.
Nossas letras passaram por esse processo e em determinados assuntos não sabemos em que lado nos encontramos ainda, e isso é lindo.


● Conte um pouco sobre o processo de melodia das músicas. Todos participam?

Sim, em todos os aspectos tentamos participar todos os três. Surgem de ideias que alguém traz ou de improvisos. Depois disso rola a harmonização, partes e contextos importantes para o amadurecimento musical e por fim a letra baseada já no que a música fala, mas sem as palavras. Por isso que temos muitas músicas instrumentais, porque tem musicas que já falam e passam o que em palavras não conseguiríamos reproduzir.


● Você acha de grande importância ter um conteúdo na mensagem transmitida por vocês?

Sim, mas é a música quem escolhe isso e não a gente.


● Como uma banda sem apoio, sabemos como é difícil ter tudo feito por conta própria. Desde a produção musical, criação de artes, o layout dos encartes, as páginas da banda, edição das imagens para os vídeos clipes, produção dos shows... Ou seja, uma verdadeira banda independente. Quanto tempo durou para sair o 1º cd e como foi o processo de produção dele?

Achamos que durou o tempo de um álbum normal. Fora a nossa ansiosidade. Começamos a gravar no final de 2010 e o processo todo terminou em dezembro de 2012. Tivemos problemas por conta da nossa inexperiência, nada além do normal. Temos consciência de que tudo foi no tempo certo. E assim tem sido.

Bem a questão de atuar em outras áreas,  tentamos dividir de uma forma que cada um faça o que desgosta menos de fazer, porque afinal de contas nossa veia é na música, e vamos nos cobrando a partir disso. E sempre que achamos alguém que faz um ofício que não é o nosso forte, mostramos nossa proposta e se a pessoa achar legal e quiser participar abrimos as portas. Sozinho não se chega a lugar nenhum.


● Houve alguma dificuldade durante este período?

Poucas, nada muito desestimulante. Quando terminamos a primeira leva de gravações tivemos um problema no Estúdio em que gravamos e todas as musicas foram perdidas. Tivemos que regravar o Cd todo. Mas no fim isso foi positivo porque da segunda vez ficou bem melhor. Mais bem planejado e organizado.


● E como anda a divulgação do álbum Teocídio?

Boa. Estamos tendo um boa crítica das pessoas que estão ouvindo. E isso esta fazendo o álbum se alto divulgar. O boca a boca é a melhor coisa que existe quando o assunto é divulgação.


● E de shows, como estão?

Muito bons e muito vivos. Cada um é sempre uma experiência diferente.  Temos tocado em praticamente todo lugar que somos convidados, com a única condição de não termos que gastar nem 1 centavo em momento nenhum do processo. No RJ é comum os eventos e a galera que os organiza, exigirem uma quantia antes do show, como que para segurar que a banda leve público ao estabelecimento do seu evento. Não concordamos com esses esquemas. Achamos que nós fazemos a arte e distribuímos até de graça, se for o caso. Mas o produtor é quem tem que se preocupa em encher a casa. Nós não ficamos enclausurados em estúdios horas por dia pra virar promoter de festa de tiozinho que está a fim de vender cerveja. Fazemos vista grossa também para eventos em que existe diferença entre o preço do ingresso feminino pro masculino, entendemos que fazer isso é colocar quase sempre a mulher como parte do atrativo do evento e somos completamente contra a isso.


● Hoje em dia qualquer banda consegue gravar, produzir e divulgar um trabalho. Ainda mais com o auxílio de redes sociais e programas de gravação de áudio. Você vê lado bom nisso?

Sim, conseguir qualquer uma consegue. Mas só se mantém quem gosta. O lado bom é que ajuda muita gente que desistiria no meio do caminho. Acaba aumentando o número de arte compartilhada e isso é fantástico.


● Quais bandas são referências no som do Milhouse?

Muitas, muitas mesmo. Acho justo cada um dizer uma para não ser injusto. Rs

Melvins, Fu manchu, Raimundos.


● Quais bandas vocês destacam do cenário independente Carioca?

Porra, Varias.
Cretina, Catilinarias, El Efecto, Maldita, Os Vulcânicos, Canto Cego, Pedras Pilotáveis, Malvina, Sofia Pop, Riverdies, Gambrinos 74 galera punk rock lá do zona oeste, Stereomob também, O projeto do Zozio também é foda, Sorveteiro soviético, agente vai esquecer de algumas bandas com certeza rs, desculpem-nos. O RJ tem muitas bandas boas, só sair de casa pra ver.


● Além da banda, vocês trabalham em outras atividades?

Thiago é professor de Bateria em uma escola especializada, O Diogo esta na faculdade ainda, cursa Produção Cultural e o Alexandre é mixador em um estudio de dublagem.


● Musicalmente falando. No que mudou a Milhouse de 2006 até agora?

Acho que na forma de se passar verdades. Somos muitos sinceros em tudo que fazemos, as formas de expor isso vão mudando. Ritmos são acrescentados, compassos vão mudando naturalmente para acompanhar e assim vai. Até nós nos surpreendemos depois de “terminar uma musica nova”, ficamos sempre atraídos pelas mudanças e espero que as pessoas sempre entendam isso. Adoramos as mudanças. Tivemos uma evolução técnica visível e em maturidade.  O nosso estilo foi ficando ligeiramente complexo e mais experimental conforme o tempo. Hoje somos mais “banda”.


● Vocês têm vontade de fazer parte de algum selo ou produtora? Por quê?

Intencionamos sim, desde que a proposta seja bilateral e que nos garanta muita visibilidade.
Somos muito criteriosos artisticamente falando. Achamos que no momento seria mais útil um agente profissional e um selo de distribuição para os nossos lançamentos.


● Planos para o futuro?
Tocar no mundo todo pra sempre. 


Contatos - MILHOUSE:
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bandamilhouse@gmail.com




Por: Ana Luisa Vieira




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