quarta-feira, 17 de abril de 2013

Gabriel Gimenez - Músico B-Boy


Música - A quinta arte dentro das 7, é uma forma de expressão cultural e artística da qual não se pode especificar uma idade exata. Forma-se combinando sons e silencio ao longo do tempo¹.  Desde os primeiros registros da humanidade, não existiu nenhuma civilização que não tivesse sua manifestação musical. É dentro dessa ideia que abordo essa entrevista com um amigo, que seguindo as tradições de seus ancestrais (e não só eles), tem sua forma de manifestação musical e dentro de um contexto capitalista, tenta “viver” disto. 
                                                                               
                                                                      Foto: Arquivo pessoal
                                                                                 
Sempre com um toque brincalhão, ele diz que “gordo que é gordo  tem que fazer palhaçada, senão, não é gordo de verdade”. Só que ele vem em versão séria, porém descontraída numa típica conversa de bar, falando da vida e carreira, em breve entrevista ao MultiformAção. Confira a seguir a reportagem com Gabriel “Gordinho” Gimenez que é musico e também B-Boy nas horas vagas.


Gabriel tem 21 anos. Parte da entrevista foi concedida na companhia de amigos, no bar de seu condomínio na lapa, o Cores da Lapa, que fica num bairro bohemio no centro do Rio de Janeiro, para onde se mudou recentemente. Já sozinhos, a segunda parte foi na praça do Russel, local que nomeia o sua banda principal, onde morou por pouco mais de 19 anos e onde começou a tocar e formar amigos e bandas. A entrevista foi bem descontraída, em estilo mesmo de bar e papo de praça. Em ambos os locais tomamos uma “cervejinha” para uma conversa mais relaxada.



Gabriel, você é jovem mas já está no meio artístico a algum tempo, pode me contar resumidamente como entrou nesse área?

Então cara, minha mãe é cantora, meu pai foi um musico muito bom, então eu cresci escutando eles e aprendendo com eles. O hip-hop foi influencia de uns amigos da Tijuca, e acabei levando jeito.


Então você nasceu nesse meio, mas foi sustentado assim ou seus pais tinham outro emprego?

Não, meus pais viviam totalmente da musica. Meu pai tocava em bares e casas e dava aula de violão também. Minha mãe só cantava em bares.


E você, hoje, vive disso?

Infelizmente ainda não. Trabalho em lojinha de shopping.


Então você nunca chegou a fazer dinheiro com a vida artística?

Sim claro, mas é uma vida muito ingrata. Como BBoy eu dei uma parada, pagam muito mal nas apresentações e acabo ficando muito exausto. Divido meu tempo livre em duas bandas, de vez em nunca conseguimos levar um extra, mas na maior parte do tempo é só “preju”. (risadas)


Aonde você se apresentava como  b-boy?

Normalmente em matines, essa
meninada adora, ou então na fundição progresso, em eventos específicos, as vezes numa rodinha de rap que tem todas as terças na praia de botafogo.


E o dinheiro é tão pouco assim?

Sim, na verdade, so recebia quando dançava em matine, uns 30 reais pra 20 a 40 minutos pra apresentação, só que normalmente era de 15 em 15 dias. NA fundição e nas rodinhas não pagavam é mais pra diversão.


E quanto as suas bandas, que estilo de musicas vocês tocam?

                        Felipe e Gabriel, no Cores da Lapa
Tocamos todos os tipos em uma, bem eclético, a galera leva uma ideia e tentamos, se ficar bom, vai pro nosso repertorio, se não ficar (bom), tentamos até ficar ou ate enjoarmos. Já na outra, é mais hardcore, mais pesado, é mais por diversão, bem estilo de bandinha de garagem, a outra que levamos mais a serio.



Com tanto mistura, vocês tem alguma influencia musical?

Claro! Começamos com bandinhas adolescentes como Forfun, Darvin e Strike. Fizemos muito cover dele. Mas Charlie Brown (Jr.), também, Cazuza e Barão (vermelho), Renato (Russo) e Legião (urbana) Capital Inicial. Mas hoje em dia estamos mais voltados pro reggaeton e suol, tipo
o Sublime, Red Hot Chilli Pepers, Jack Johnson entre outros.


E as bandas, como se chamam?

G: Uma se chama Soul Carioca, que significa alma carioca, já a outra é a Banda Russel já que 3 dos 5
membros moram na praça do Russel e os outros dois são anexos.


Como assim anexos?

(Rindo) – Quer dizer que eles são árduos frequentadores da Praça.


E quanto a estudos, você faz faculdade?

Ainda não cara, mas pretendo, é um projeto futuro, quero estudar e passar para escola de musica da UFRJ, pagar faculdade pra mim está sem condição.


E quais são suas perspectivas futuras?

Alem de me formar como musico, quero o sucesso da minha banda, ganhar meu dinheiro, bastante de preferência e montar uma escola de musica pra ajudar quem precisa.


Pra terminar, você tem alguma consideração final ou algum conselho?

Bom, pra quem quer ser artista é muito difícil, é muita luta, muito gasto e muita ingratidão. Muita gente ruim que tem peixada e gente boa comendo o pão que o diabo amassou. Mas não desistir é essencial e torcer pra sorte te trazer algum produtor que consiga te escutar também é sempre viável (risos). E sempre, sempre praticar. A prática leva a perfeição. Saber ouvir a critica dos outros também e sempre que poder escutar a você mesmo tocando e ser o mais crítico possível. Procurar sempre melhor e correr atrás, esse é o caminho!




1 – Dicionário Aurélio do século XXI

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